26 de setembro de 2009

A extinção

Epílogo
Há muito tempo, nos primórdios da História do mundo o qual conhecemos hoje, houve uma sucessão de acontecimentos, que levaram ao caos entre os deuses. O conflito decorrido não ficou bem definido, perdurando até a atualidade. O mundo ainda não acabou.


Capítulo 1

O sol já nascia, quando, Aishi saía da estalagem de Prontera para uma grande aventura. Havia certo tempo que pensava em determinada ideia, e decidiu começar uma longa jornada pelo mundo de Rune-Midgard. Sem rumo, destino ou objetivo, apenas para descobrir o que o confinamento na metrópole a impedia de ver, e desfrutar dos prazeres da vida, limitados pela crescente urbanização do continente. Estava entediada com a mesmice, com a rotina da vida que levava.
Logo que saiu da estalagem aonde se instalara a alguns dias, em busca de oportunidades que exigissem de sua profissão e paixão: a alquimia, foi dar uma olhada nas lojas da cidade, como era de costume.

-Moço, quanto está esse chapéu de panda?
-5 milhões...
-Tá brincando né?
-Não moça...
-Me vê um aí então...
-Está aqui. Bom proveito...
-Que empolgação, ein?!
-Já te dei o chapéu, agora me deixe trabalhar...
Colocou o chapéu que a acompanharia durante toda a viagem, e se aproximou de uma Kafra que guardava o portal. Exclamou:
-Eu ein... Que cara mais estranho!!
De repente, um aprendiz, e como todos, pergunta:
-Ô tia, me dá zenny?
-Ora! Vá trabalhar!!
-Tudo bem...Mas antes... Me dá zenny?
-Tô sem nada!!!!
-Beleza! Me dá equipamentos então?
-Tenho que ir sabe... inventar o avião.
-O que é isso?
-Também não sei, mas tenho que ir inventar...
-Certo... Então, vai pela sombra!
-Tá, tá... Obrigada.

-Bom dia Kafra... Quanto está o transporte para o OUTRO LADO do portal?
-Está 200 mil!
-Tanto faz... Me manda pra lá de uma vez, não será isso que impedirá a minha viagem. Bom, é melhorar preparar meus bolsos, parece que isto me sairá caro.
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-Argh!! Esses portais me deixam com o café da manhã na garganta!!

Chegando no feudo, Aishi encontrou vários lunáticos e porings, logo se encantou e quis pegar alguns.
- Que bonitinhos!!Vou pegar um desse, e outro desse, e mais esse, e aquele outro!!- Dizia Sheppy enquanto arrancava os pobres bichinhos do chão, e os colocava todos no carrinho.
De repente ouviu-se uma explosão.
- Hã?! O que foi isso?
Aishi correu ao lugar da explosão. Passou pelos arbustos correndo e levou alguns arranhões.Porém,logo chegou ao tal lugar, e lá encontrou uma criadora.
- O que houve moça?!
-Nha!! Eu tava tentando fazer uns ácidos para matar uns monstros, mas um explodiu na minha cara!Ai, Kamii!!
- Nossa você está com a cara toda vermelha!! Toma – e Aishi deu à ela um curativo gigante.
- Obrigada!
- Tudo bem! Afinal,como você se chama?
- Eu me chamo Ayame, e você?
- Eu sou Aishi, prazer!! – e lhe estendeu a mão, levantando Ayame do chão - Venho da Vila dos Arqueiros. Embora não ter me tornado uma.
- Eu também venho de lá! É um lugar muito agradável para se sentar e passar o dia.
- Concordo plenamente. Vejo que você também tem um homunculus. O meu é um carneiro, o Snow.
- O meu é uma corujinha, o Kenji.
- O que fazia aqui, tão longe da cidade??
- Eu não gosto muito de fazer poções em público, pois erro bastante.
- Eu também, não se preocupe, esta explosão não sairá daqui!
As duas riram juntas.
- E você, Aishi, o que fazia tão longe de Prontera?
- Eu estava indo de volta pra Vila dos Arqueiros, pensei em passar uns dias em Prontera, mas as camas da estalagem são horríveis.
- Concordo, já estive lá também.Ora, por que não vamos juntas à Vila dos arqueiros??
- Ótima ideia, Ayame!!

Começaram sua caminhada à pacata Vila dos Arqueiros. Não muito depois, já em outro feudo (sem precisar pagar à ladra da Kafra...) encontraram um monstro diferente, perto de uns pedacinhos de galho. Resolveram chegar mais perto, para ter certeza se era, ou não, um monstro passivo. E armadas de seus machados, se aproximaram lentamente, até que um esguio jato de jato d’água refrescou Ayame.
Era um galápago, um pinguim dengoso, que, por sinal, estava em extinção. Quando perceberam que se tratava de um pinguim, Aishi o agarrou:
- Oh!! Que bichinho lindo! – Dizia ela abraçando o pobre pinguim.
- É muito bonitinho mesmo! Puxa, que susto eu levei. Pensei que fosse um monstro agressivo e muito mais forte do que nós.
- Ayame!! Podemos ficar com ele?
- Claro!! Vamos devolvê-lo para a praia de Comodo.
- Mas como chegaremos lá sem o resto das pessoas o verem?
- Bem pensado... Se o virem, irão querê-lo para matá-lo.
- Teremos que escondê-lo.
- Mas como?
- Hm... – pensava Aishi – Como esconder um galápago.... Como esconder u-...
- Já sei!! – Disse Ayame.
Aishi a olhou com curiosidade.
- Você tem tecidos, aí?
- Sim!
- Eu tenho um carretel com linha. Podemos arranjar algo para servir de agulha, assim, costuramos tudo, colocamos o galápago no carrinho e o cobrimos com o pano que iremos costurar.
- Perfeito Ayame!! Vamos começar!!

Depois de terem costurado muito e terminado o pano, fizeram o combinado e continuaram. Não demorou muito para que Aishi recebesse outro esguicho do pinguinzinho.

- O que foi? – Disse Aishi, enquanto enxugava seu rosto com uma toalha.
O pinguim as olhou profundamente, e mostrou-as seu copo de suco,vazio.
- Ayame, acho que ele está com fome...
- Não seria sede?
- Tanto faz. Temos que alimentá-lo.
- Certo. Galápago, do que você gosta?

E ele novamente lhes mostrou o copo.
- Suco! Suco! – Disse Aishi.
- Sim, mas como iremos fazer um suco aqui, no meio do nada?
- Já sei! Eu tenho aqui algumas maçãs que peguei no caminho, e também algumas garrafas vazias.
- Podemos fazer suco com isso!!

Ayame sacou uma adaga de sua bota, e cortou as maçãs delicadamente. Aishi preparava o cabo de seu machado para espremer os pedaços de maçã, enquanto Snow e Kenji brincavam com o pinguim. Depois de feitos e distribuídos os sucos, elas novamente continuaram a viagem.
- Uau... Olha Ayame!
Sheepy apontava para o horizonte.
- Nossa! É um deserto!
- As coisas vão esquentar muito, agora.
- Literalmente.
- Como iremos nos proteger do sol?
- Teremos que colocar nossos homunculus e o galápago nos carrinhos para poupá-los de caminhar,e usar roupas mais grossas.
- Sim. Snow, galápago, entrem no carrinho. Iremos passar maus bocados agora.

Depois de feito isso,as viajantes entraram no Deserto de Sograt. Estavam cada vez mais perto de Morroc, e lá poderiam parar um pouco para descansar. Ambas usavam chapéus de verão, pois tinham abas, e isso as protegeria do sol. Depois de muitos quilômetros, Aishi arfava cada vez mais, a cada passo, assim como Ayame.
- Está ficando difícil, Ayame.
- Temos que continuar! Ou o galápago não poderá voltar à praia...
- Aqui... Sobraram alguns sucos de maçã...
- Obrigada! Alimente também o Snow e o galápago. Eu alimentarei o Kenji.

O dia passava, o ar esquentava gradativamente, e elas chegavam mais perto de Morroc. Estavam todos exaustos, principalmente Aishi e Ayame. Pois, além de andarem, carregavam seus companheiros nos carrinhos. Logo Ayame avistou algo e mostrou à Aishi, cutucando-a no ombro:
- Veja! É uma espécie de fortaleza! E...e...tem uma Kafra logo ali!
- É a cidade de Morroc! Vamos, Ayame, vamos!
- ...
- Ayame?
- …
-Essa não! Acorda Ayame, acorda!

Ayame havia desmaiado, devido à sua exaustão e ao calor do deserto. Aishi a colocou em seus ombros, para carregá-la até a cidade, e lá buscar socorro médico. Usando um cinto que tinha, amarrou Kenji ao carrinho de Ayame, para este puxá-lo até a cidade.
- Vamos Kenji! Puxe-o até Morroc!

E Kenji, com força extraordinária, fez o que Aishi havia mandado. Ele compreendera que sua dona precisava de cuidados imediatos, e se ele não a ajudasse, ela poderia ficar muito pior.

- Acudam, acudam!! – gritava Aishi – Minha amiga desmaiou!

Logo veio uma Kafra e a ajudou. As duas levaram Ayame para a estalagem da cidade, e lá a medicaram, alimentaram, e deitaram-na em uma cama. Ayame estava agora num quarto reservado, especial para casos emergenciais, como o dela. Aishi permanecia ao seu lado, atenta a qualquer mudança inesperada no quadro de Ayame. Após trancar a porta, assegurar-se de que não poderia ser aberta de qualquer maneira (uma vez que as trancas do prédio eram muito velhas), Aishi deixou que Snow, Kenji e o galápago passeassem pelo quarto,e assim descansassem. Depois de um certo tempo, Ayame recuperou os sentidos, e acordou.
- ...
- Ayame!!!
-...Hã?...Onde estamos Aishi?
- Estamos em Morroc! Conseguimos!
- S-sério?
- Sim!
- E por que estou deitada aqui?
- Você desmaiou quando chegávamos à cidade. Então uma Kafra me ajudou a trazer você para cá. Os médicos acreditam que a exaustão e o calor do Sol fizeram você desidratar demais, e assim, desmaiar.
- Nossa... Aishi! O galápago!!
- Tudo bem, ele está aqui. Eles cansaram bastante na viagem.
- Mas e se abrirem a porta?
- Não se preocupe, está trancada.
- Ah, sim.
- Enfim Morroc – suspirou Aishi - Podemos descansar e nos fartar no restaurante.E aqui as camas são bem macias, não são duras como as de Prontera.
- É verdade! – Dizia Ayame, enquanto dava pequenos pulos no colchão de mola.
- O Kenji me ajudou bastante, ele puxou seu carrinho até aqui, com uma força inacreditável.
- Sim... Eles são verdadeiros herois.
- São sim.

Não demorou muito, e a noite começara a cair. Cansados e fartos da comida deliciosa de Morroc (como os espetinhos de patinhas de siri torradas), todos foram se deitar. A noite acompanhava o tempo, tornando-se cada vez mais escura e sombria. Por volta de três horas da madrugada, Aishi ouviu um barulho estranho, e foi até a janela para espiar. Quem diria! Eram fumacentos, vindos de Payon, procurando algo para comer. Porém a cidade se sustentava com o pouco que tinha, devido à seu clima extremamente hostil, não germinavam plantas saudáveis ou suculentas na região. Assim, não podendo alimentar os monstros passivos, que visitavam as noites frias e calmas de Morroc.

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